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Rios das Capitais Brasileiras: um painel visual de sua história, problemas e perspectivas

  • Foto do escritor: Antônio João Dias Prestes
    Antônio João Dias Prestes
  • 10 de set. de 2021
  • 15 min de leitura


Antonio João Dias Prestes

Porto Alegre, agosto de 2020


1. Introdução A história das cidades brasileiras é também a narrativa dos processos de transformação, pela ação humana, de suas áreas ribeirinhas, tanto dos rios, quanto das lagoas, manguezais e outros corpos d'água, doces ou salobras. Estes processos têm se caracterizado por sua ocupação desordenada e sem controle e pela degradação ambiental e paisagística destas áreas, na grande parte das vezes sem nenhum planejamento ou preocupação com os impactos sociais e ambientais causados, e com uma visão estritamente econômica e de curto prazo. Inicio, com estas imagens anteriores a seus explosivos processos de crescimento urbano, uma série de postagens sobre o tema, abrangendo as cidades de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.


Recife:

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Salvador:

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Rio de Janeiro:

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São Paulo:

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Porto Alegre:

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2. Recife

A capital pernambucana, conhecida por muitos como a Veneza brasileira, por suas pontes, é a única das grandes metrópoles do Brasil banhada ao mesmo tempo pelo mar e por um grande rio, o Capibaribe. E nisto se assemelha a Nova York, que, como ela, também teve a presença dos holandeses em seu período colonial. A história da cidade é a da convivência de um ambiente natural muito generoso com a presença da miséria e da degradação ambiental trazida pelas estruturas de produção do latifúndio exportador, desde os tempos dos banhos de rio da elite e dos mocambos, tratados na obra de Gilberto Freyre, e que perdurou, sem alterações fundamentais, agravando-se com o explosivo crescimento urbano das últimas décadas, sem todos os necessários investimentos em habitação e saneamento básico. Em decorrência disto, tanto os rios Capibaribe e Beberibe, quanto os manguezais, ricos em sua biodiversidade e generosa fonte de alimentos, foram bastante afetados, com impactos não apenas para as atividades de pesca e subsistência de populações locais, como também no ecossistema costeiro próximo, provocado pela redução da fauna de crustáceos nos manguezais, debilitando as cadeias alimentares e favorecendo a presença de tubarões nas praias. A metrópole onde um grande rio desagua no Atlântico

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Na cidade das muitas pontes, o contínuo contraste entre a riqueza e a extrema pobreza


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As sub-habitações vêm do período colonial e se expandem com o êxodo rural para o Recife

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O Rio Capibaribe é parte essencial da vida da cidade, de sua malha de transportes e de suas atividades de lazer.

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Na obra de Gilberto Freyre, a memória do tempo dos banhos de rio das elites recifenses, nos casarões do aristocrático bairro da Madalena, quando o mar era ainda apenas para os pescadores e o lixo


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A riqueza da fauna do Capibaribe, na língua tupi-guarani, o “rio das capivaras”

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Também no Recife a folclorização da extrema pobreza, vista como algo mais do que natural, idílico

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De mocambos a palafitas, a ocupação das margens do rio pelo povo carente de renda e de moradia.

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Com o crescimento da metrópole, sem justiça social e oportunidades para todos, o avanço da favelização e da ocupação das várzeas e dos manguezais

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A poluição crescente do Rio Capibaribe no Recife e sua região metropolitana

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3. Salvador A nossa primeira capital nasceu e viveu seus primeiros séculos entre o porto natural na Baía de Todos os Santos, Cidade Baixa, e a escarpa, Cidade Alta, comércio embaixo e moradia e defesa em cima. A sua geografia é extremamente acidentada, e seus pequenos rios nascem na escarpa e desaguam no oceano, a leste. Estão hoje, como efeito da expansão urbana descontrolada e sem os necessários investimentos em saneamento básico, e também em moradia, muito degradados, na maior parte canalizados ou até abaixo do asfalto e concreto, embora seus vales tenham passado a ser vitais para a mobilidade urbana. O mesmo aconteceu, em boa parte, com o Dique do Tororó, construído nos tempos coloniais, para defesa e abastecimento de água. E também a Lagoa do Abaeté, das águas escuras e areias brancas evocadas lindamente por Dorival Caymmi, sofre com o assoreamento e a poluição. Salvador, a primeira capital do Brasil, surge na Baía de Todos os Santos, entre seu ótimo porto natural e a escarpa (embaixo, o comércio, em cima, defesa, administração e moradia)

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Nos primeiros três séculos, a cidade se limitou à área portuária e comercial, Cidade Baixa, e ao topo da escarpa, núcleo residencial e administrativo, Cidade Alta

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Todos os rios das bacias hoje contidas na área urbana da metrópole nascem na encosta interior da escarpa e desaguam nas águas oceânicas, a sul e a leste

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O dique do Tororó foi construído nos tempos coloniais, com as finalidades defensiva e de abastecimento de água, e hoje está bastante poluído

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O pequeno Rio dos Seixos, que desagua na praia do Farol da Barra, se encontra hoje canalizado e sob o concreto, na Avenida Centenário, uma das muitas avenidas “de vale”, tão importantes para a mobilidade urbana de Salvador

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O bairro do Rio Vermelho, da Festa de Iemanjá, e tão importante reduto boêmio e cultural dos soteropolitanos, já foi uma vila de pescadores, às margens de um lindo riacho

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A degradação ambiental da bacia do Rio Lucaia, que alcança o mar no bairro do Rio Vermelho

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A bacia do Rio Camaragibe, hoje também canalizado e poluído As bacias dos Rios Pituaçú (Boca do Rio) e Jaguaribe (Piatã), na orla oceânica da capital baiana, ambos poluídos, mas que há não muito tempo eram bons locais de lazer e pesca

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A lendária Lagoa do Abaeté, com seus mistérios narrados pela voz e o violão de Caymmi, e as suas lavadeiras, que hoje são representadas pelas Ganhadeiras de Itapuã, e seu samba de roda, se encontra muito assoreada e também poluída

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4. Rio de Janeiro

A história da Cidade Maravilhosa, desde a chegada dos portugueses, no século XVI, é também a da incessante transformação da paisagem e do meio ambiente pela drenagem de lagoas e manguezais, da criação de novos espaços conquistados ao mar por sucessivos aterros, inclusive com o desmonte do Morro do Castelo, berço da cidade, na década de 1920, e da ocupação das encostas dos morros, também, mas não apenas, associada à carência de moradia popular. Entre os resultados deste crescimento desordenado podem ser vistos, em maior intensidade nas últimas décadas, a poluição e o assoreamento de seus rios e lagoas, e o crescente estresse hídrico, com as enchentes e deslizamentos de terra, e com a poluição de sua principal fonte de abastecimento de água, o Rio Guandu, mesmo com a transposição parcial do Rio Paraíba do Sul. A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro surgiu nas áreas de restinga, nas pequenas planícies, entre os altos morros, as lagoas e manguezais, e o mar da Baía de Guanabara

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E sua expansão se deu, em seus quatro séculos e meio, às custas da drenagem das lagoas e manguezais, e de sucessivos aterros

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Até o período inicial da República, o Centro Histórico da então capital do Brasil esteve fortemente delimitado por seus morros, como o do Castelo e o de Santo Antônio, o mar, e o manguezal

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A grande expansão da cidade em direção à Zona Sul só foi possível com o aterramento de parte da orla da baía, usando o material do Morro do Castelo, reduzido a uma esplanada, nas primeiras décadas do século XX

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As enchentes, evento natural nesta região do país, têm os seus efeitos imensamente agravados, pela ocupação das várzeas dos pequenos rios, sua canalização, a impermeabilização do solo e a ocupação das encostas, forçada pela grande carência de renda e de moradia popular próxima às áreas centrais do Rio de Janeiro

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O estresse hídrico na região metropolitana do Rio de Janeiro é crescente, tanto pela necessidade de captação de águas muito distantes, do Rio Paraíba do Sul, quanto pela poluição trazida pelos esgotos sem tratamento, ao Rio Guandu

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A Lagoa Rodrigo de Freitas, na orla oceânica da Zona Sul carioca, já teve sua superfície bastante reduzida, e suas águas sofrem com periódicos surtos de poluição, que levam à mortandade massiva de seus peixes

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A Lagoa da Tijuca, que deságua no oceano, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, também tem suas floras e faunas crescentemente afetadas pela ocupação irregular das margens e pelo lançamento de lixo e esgotos sem tratamento

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Uma das maiores obras urbanísticas e de saneamento da história da cidade foi a drenagem da grande área de manguezais conhecida como Saco de São Diogo, para a construção do Canal do Mangue, hoje também muito poluído, e da avenida que o margeia, vital para a ligação do Centro Histórico à Zona Norte

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Um quadro similar de ocupação desordenada das margens e poluição das águas por lixo e esgotos sem tratamento também ocorre em grande parte dos outros cursos d’água na área urbana da capital fluminense, tanto na Zona Sul (canal do Leblon) quanto na Norte (Rios Comprido e Maracanã), entre outros

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5. São Paulo

Estabelecida no planalto logo acima da Serra do Mar, a capital paulista viveu durante mais de três séculos como uma pacata vila na colina entre o riacho Anhangabaú e o Tamanduateí, que desagua no Rio Tietê, logo abaixo. Este afluente do Paraná serviu de rota para a grande expansão dos paulistas para os sertões do Brasil, ainda no período colonial. Com a riqueza do ciclo do café, seguido da industrialização, a pequena cidade de 31 mil habitantes, em 1872, passou, em pouco mais de cem anos, à maior cidade da América do Sul, com mais de 20 milhões de pessoas em sua área metropolitana. Com este processo, vieram a ocupação das várzeas dos rios, a poluição das suas águas por esgotos domésticos e industriais, o desvio do curso de seu afluente Pinheiros para a geração de hidroeletricidade, o aumento da frequência e intensidade dos alagamentos, e, por fim, a crise hídrica, mesmo com a captação de águas em outras e distantes bacias hidrográficas. E os projetos de recuperação ambiental do Tietê já duram quase três décadas, sem grandes resultados. O Rio Tietê foi, durante mais de três séculos, a grande rota de expansão dos paulistas rumo aos sertões do Planalto Brasileiro, sendo ainda hoje uma importante hidrovia, e ainda locais de lazer abaixo e acima da metrópole paulistana

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São Paulo de Piratininga foi estabelecida próxima ao Tietê, numa colina entre seu afluente Tamanduateí, e o afluente deste, o Riacho Anhangabaú, um pequeno espaço que a por muito tempo pacata vila levou três séculos para extravasar

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Os primeiros registros fotográficos, no início da segunda metade do século XIX, ainda dão conta da pequena capital da província de São Paulo sendo margeada pelo Rio das Muitas Voltas e pelo Riacho dos Maus (ou assombrados) Espíritos (significados em tupi-guarani para o Tamanduateí e o Anhangabaú), antes da pujança do Ciclo do Café desencadear a vertiginosa expansão da hoje grande metrópole do Brasil e do continente

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A partir das três décadas finais do século XIX, São Paulo inicia sua acelerada expansão, cruzando o Vale do Anhangabaú e incorporando novos espaços e bairros, tanto residenciais quanto do comércio e da indústria, em todas as direções, com a malha urbana logo alcançando e cruzando o Tietê e, em seguida, seu principal afluente na capital, o Rio Pinheiros

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O período de mais intensa expansão demográfica e territorial se deu entre as décadas de 1920 e 1970, quando se deu a ocupação quase total das várzeas e margens de seus rios, e a população da capital paulista passou de pouco mais de 500 mil para quase 6 milhões de habitantes, sem incluir sua grande região metropolitana

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Com esta grande expansão, feita de forma desordenada, e atendendo prioritariamente os interesses econômicos, como o da circulação de veículos, a especulação imobiliária e o setor de geração de hidroeletricidade, os moradores perderam o seu rio, e seus afluentes, antes fonte de vida, trabalho e lazer, em processo abordado pelo historiador Janes Jorge em sua bela obra de História Ambiental, “Tietê: o rio que a cidade perdeu. São Paulo, 1890-1940”

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O Rio Pinheiros, conhecido pela população indígena local como Jeribatiba (o rio das palmeiras jerivás), foi grandemente degradado ao longo do processo de expansão de São Paulo, chegando a ter o seu curso desviado, pela antiga companhia de eletricidade Light, para a Represa de Billings, na década de 1920, e ainda hoje apresenta, como o Tietê na capital, altos níveis de poluição

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Os primeiros efeitos da degradação ambiental do Rio Tietê começaram a ser sentidos ainda nos anos 1920s, e as primeiras iniciativas por parte das autoridades estaduais e municipais, no sentido do controle ambiental e redução das descargas poluentes surgiram já na década de 1940

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A ocorrência de grandes chuvas é uma característica do clima regional, mas os seus efeitos, com perdas materiais e em vidas, vem sendo muito agravados, como decorrência da ocupação das várzeas dos rios e da impermeabilização do solo urbano e da modificação do seu microclima pelo desmatamento e pelos paredões de concreto

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As iniciativas do governo estadual para a recuperação ambiental do Rio Tietê e de sua bacia hidrográfica na região da Grande São Paulo tomaram corpo a partir dos anos 1990s, com o Projeto Tietê, mas os resultados ainda são bastante modestos, face aos investimentos já realizados, que já alcançam os 4 bilhões de dólares

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Aos efeitos da degradação ambiental da bacia do Tietê na região metropolitana de São Paulo vêm se somando, nas últimas décadas, o grande estresse hídrico, decorrente da exaustão das fontes de suprimento e acumulação de água, como o sistema Cantareira, que se tornou aguda no período de 2014 a 2017, em meio à mudança climática global e à atuação da companhia de abastecimento, gerida com priorização do lucro aos acionistas em detrimento ao interesse amplo da população

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6. Porto Alegre

Sendo a de mais recente fundação entre as cinco cidades aqui mostradas, a capital gaúcha teve também um crescimento demográfico e territorial bem menos intenso do que São Paulo, e, mesmo, Rio de Janeiro e Salvador, mas ainda assim é o centro de uma região metropolitana de 4 milhões de habitantes. O Guaíba é um lago, em tempos remotos, um

estuário, no qual desagua o Rio Jacuí, com seu delta, e outros quatro rios, sendo todas as suas bacias situadas em regiões com alta densidade demográfica e muitas atividades agrárias e industriais. O núcleo inicial urbano se estendeu da colina para as áreas planas no seu entorno, e a necessidade de proteção contra as grandes enchentes, não apenas a de 1941, levou à instalação de muros e diques, de aterros, e da retificação do seu Riacho, onde se situava a Ilhota, núcleo da população negra de Porto Alegre, de Lupicínio Rodrigues e de Tesourinha. A poluição das praias e águas do Guaíba, por esgotos domésticos e industriais sem tratamento, se tornou crítica a partir dos anos 1960s, e os projetos de recuperação ambiental, desde 1980, ainda apresentam resultados modestos: embora a capital já trate 70% de seu esgoto doméstico, os afluentes, principalmente os rios Sinos e Gravataí ainda sofrem com a poluição doméstica, industrial e da agricultura, e o Rio Jacuí com a extração predatória de areia, entre outros problemas.

O Guaíba, rio para muitos, lago para os geógrafos (e estuário para o Atlântico há uns 10 mil anos, antes da formação da Lagoa dos Patos), é o desaguadouro de uma extensa bacia hidrográfica, que concentra mais da metade da população e da riqueza econômica do Rio Grande do Sul

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vA pequena capital da capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, o Porto dos Casais, logo Porto Alegre, foi estabelecida às margens do Guaíba, quase ao fim do período colonial, sendo a de fundação mais recente entre as cinco abordadas neste trabalho, e nestas margens cresceu, lentamente, usufruindo de suas águas para o abastecimento, a pesca, o transporte, esportes náuticos e o lazer dos moradores em suas praias

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O Riacho é o principal afluente do Guaíba em Porto Alegre, e um de seus meandros, antes da canalização e retificação do seu curso, era a Ilhota, área sujeita a alagamentos, e que abrigava boa parte da comunidade negra da capital gaúcha, e berço de grandes compositores, como Lupicínio Rodrigues, e de grandes craques, como Tesourinha

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A cidade de Porto Alegre se encontra em uma posição geográfica que a torna muito suscetível a grandes enchentes, as quais se sucederam com intervalos de algumas décadas, sendo a maior delas a de 1941, quando as águas dos formadores do Guaíba, encorpadas por fortes chuvas, foram represadas no lago pelo vento sul, inundando grande parte da orla e do Centro Histórico

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A necessidade de proteger a cidade contra as cheias levou à construção, já nos anos 1960s, de um vasto sistema de proteção, composto por diques e estações de bombeamento, e de um muro, que foi visto como um fator de afastamento dos moradores de Porto Alegre do Guaíba no Centro Histórico, além do aterro de uma grande área ao sul deste, e à retificação do curso do Riacho, que passou a ser conhecido como o Arroio Dilúvio

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A poluição das águas do Guaíba, em decorrência do crescimento de Porto Alegre e sua região metropolitana, sem o necessário investimento em coleta e tratamento do esgoto doméstico, e também industrial, levou à perda da balneabilidade de suas praias, a partir do final dos anos 1960s, bem como à redução da quantidade e diversidade dos seus peixes, fonte de sustento de muitos moradores das ilhas do Delta do Rio Jacuí

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A crescente poluição dos formadores do Guaíba, como os Rios dos Sinos e Gravataí, por despejos domésticos, industriais e da produção agropecuária levou à necessidade de maiores investimentos e maiores custos com o abastecimento de água potável para os moradores de Porto Alegre e região metropolitana

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Malgrado todos os impactos negativos do crescimento desordenado e sem prioridade à preservação ambiental e à equidade social, ainda persistem, nos entornos do Guaíba, áreas que abrigam belezas naturais e comunidades que lutam para preservar seus estilos de vida ditos tradicionais, como no chamado Arquipélago (Delta do Jacuí), em frente ao Centro Histórico de Porto Alegre, e em Itapuã, junto à confluencia do lago com a Lagoa dos Patos

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À persistência da falta de tratamento dos esgotos domésticos e de um controle mais eficaz da poluição industrial na região metropolitana de Porto Alegre, que tem levado, por vezes, a desastres ambientais, como a mortandade de peixes no Rio dos Sinos, soma-se a destruição das matas ciliares nos rios da bacia do Guaíba, a extração predatória da areia nas praias do Rio Jacuí, e o desmatamento na própria área do Delta do Jacuí, que contribui para uma maior severidade das periódicas enchentes nestas ilhas

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As iniciativas para a recuperação ambiental da bacia do Guaíba, nos âmbitos federal, estadual e municipal, vêm se sucedendo desde o início dos anos 1980s, e os seus resultados ainda não foram suficientes para restaurar a balneabilidade das águas do lago em Porto Alegre, pois, embora a cidade já tenha alcançado, nos últimos anos, 70% de capacidade de tratamento do esgoto doméstico, faltam os necessários investimentos em coleta e tratamento desses esgotos na sua região metropolitana

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Fontes das Imagens

I. Introdução

I.I. Recife 1) GERODETTI, João Emilio e CORNEJO, Carlos: Lembranças do Brasil: as capitais brasileiras nos cartões-postais e álbuns de lembranças. São Paulo: Solaris Edições Culturais, 2004, p. 172; 2) MIRANDA, Evaristo de e MEIRELLES FILHO, João: Rios do Brasil - História & Cultura. São Paulo: Metalivros, 2016, p. 115. I.II. Salvador 1) FERREZ, Gilberto, Bahia: velhas fotografias, 1858-1900, Rio de Janeiro: Kosmos Ed./Salvador: Banco da Bahia I.S.A., 1988, p. 169; 2) GERODETTI, João Emilio e CORNEJO, Carlos: Lembranças do Brasil: as capitais brasileiras nos cartões-postais e álbuns de lembranças. São Paulo: Solaris Edições Culturais, 2004, p. 151. I.III. Rio de Janeiro 1) https://www.google.com/amp/s/diariodorio.com/historia-da-lagoa-rodrigo-de-freitas/amp/, acessado em 25/07/2020; 2) http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra16542/canal-do-mangue-rio-de-janeiro-rj, acessado em 25/07/2020. I.IV. São Paulo 1) GERODETTI, João Emilio e CORNEJO, Carlos: Lembranças do Brasil: as capitais brasileiras nos cartões-postais e álbuns de lembranças. São Paulo: Solaris Edições Culturais, 2004, p. 71; 2) JORGE, Janes. Tietê, o rio que a cidade perdeu: o Tietê em São Paulo 1890-1940. São Paulo: Alameda, 2006, p. 128. I.V. Porto Alegre

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1) Porto Alegre Antigo (Raízes Gaúchas vol. 2), Porto Alegre: Painel Editora/Rede Brasil Sul, 1982; 2) Porto Alegre: Retrato de uma cidade (cem fotografias por W. Hoffman Harnisch Filho). Porto Alegre: Prefeitura Municipal, 1940, p. 36 e 37. II. Recife

Fontes das imagens: 1 e 9, Revista Realidade, São Paulo: Editora Abril, maio de 1972; 2, 3 e 5: FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano, São Paulo: Global, 2006, capa e p. 313, 320; 4 e 6, https://www.google.com/amp/s/poraqui.com/gracas/rio-capibaribe-um-zoo-a-ceu-aberto/amp/, acessado em 25/07/2020; 7, http://blogs.diariodepernambuco.com.br/diretodaredacao/2017/03/28/a-pobreza-como-cartao-postal/, acessado em 25/07/2020; 8, http://acertodecontas.blog.br/atualidades/o-recife-das-palafitas-ou-as-palafitas-do-recife/, acessado em 25/07/2020 e https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2015/04/santo-amaro-dos-mocambos-aos-predios-de-luxo.html, acessado em 25/07/2020; 10, https://www.google.com/amp/s/www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2015/02/baronesas-invadem-faixa-do-rio-capibaribe-no-recife.amp.html e https://marcozero.org/ha-20-anos-a-poluicao-do-capibaribe-so-aumenta/, acessados em 25/07/2020.

III. Salvador Fontes das imagens: 1, 2 e 3: Iconografia Baiana do Século XIX na Biblioteca Nacional/apresentação de Kátia M. de Queirós Mattoso; pesquisa e texto de Ana Cecília Martins, Marcela Miller e Monique Sochaczewski. Rio de Janeiro: Edições Biblioteca Nacional, 2005, p. 50; 2 e 4: Revista Realidade, São Paulo: Editora Abril, maio de 1972; 4 e 5: FERREZ, Gilberto, Bahia: velhas fotografias, 1858-1900, Rio de Janeiro: Kosmos Ed./Salvador: Banco da Bahia I.S.A., 1988, p. 68, 69, 143, 169, 172, 173; 4 e 6: GERODETTI, João Emilio e CORNEJO, Carlos: Lembranças do Brasil: as capitais brasileiras nos cartões-postais e álbuns de lembranças. São Paulo: Solaris Edições Culturais, 2004, p. 151; 3, 7, 8 e 9: Relatório-de-Monitoramento-005-2015-Qualidade-Ambiental-dos-Rios-de-Salvador-2014-Final.pdf, disponível em https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.inema.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Relat%25C3%25B3rio-Anual-Rios-de-Salvador-2013.pdf&ved=2ahUKEwjajeXO8fLqAhVFGbkGHeCZD0AQFjAKegQIAxAB&usg=AOvVaw1D0K3zDLEDQ10g5k6II_m9, acessado em 25/07/2020; 5, 6, 7, 8 e 11: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lista_de_rios_de_Salvador, acessado em 25/07/2020; 4: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Dique_do_Toror%C3%B3, acessado em 25/07/2020; 10: http://www.bahia-turismo.com/salvador/itapua/abaete.htm, acessado em 25/07/2020, www.itapuacity.com.br, acessado em 25/07/2020, e http://www.textoecia.com.br/exposicao-amada-bahia-de-jorge-esta-disponivel-a-partir-de-hoje-28-no-shopping-barra/, acessado em 25/07/2020 e https://www.facebook.com/pages/category/Sports---Recreation/ParqueAbaeteOficial/posts/, acessado em 25/07/2020. IV. Rio de Janeiro

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Fontes das imagens: 1, 2, 3, 4 e 8: LAMEGO, Alberto Ribeiro, O Homem e a Guanabara, Rio de Janeiro: IBGE - Conselho Nacional de Geografia, 1964, p. 176, 178 e 290; 7: https://www.google.com/amp/s/diariodorio.com/historia-da-lagoa-rodrigo-de-freitas/amp/, acessado em 25/07/2020, https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nicola_Facchinetti_-_Lagoa_Rodrigo_de_Freitas,_Rio_de_Janeiro,_ca._1884.jpg, http://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2018/09/regata-na-lagoa.html?m=1, e https://www.google.com/amp/s/www.terra.com.br/amp/noticias/ciencia/sustentabilidade/mortandade-de-peixes-na-lagoa-rodrigo-de-freitas-chega-a-65-toneladas,0467aa501096d310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html, todos acessados em 29/07/2020; 9: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra16542/canal-do-mangue-rio-de-janeiro-rj, acessado em 25/07/2020, https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Canal_do_Mangue, acessado em 25/07/2020 e https://www.facebook.com/mapasantigosdorio/photos/a.1625553801020276/1652953751613614/?type=3, acessado em 29/07/2020; 4, 5, 7: Rio de Janeiro: retratos da cidade, de PARENTE, José Inácio e MONTE-MÓR, Patrícia (orgs.). Rio de Janeiro: Interior Produções, 1994, p. 42, 43, 76, 77, 116, 117; 6: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rio_Guandu, https://www.seropedicaonline.com/ultimas-noticias/contaminacao-do-rio-guandu-pode-transforma-lo-no-segundo-tiete/, https://diariodorio.com/rio-guandu-recebe-esgoto-de-valoes/amp/, e https://www.comiteguandu.org.br/rio-guandu.php, todos acessados em 29/07/2020; 5: https://diariodorio.com/historia-da-praca-da-bandeira/amp/, acessado em 29/07/2020; 8: http://urbecarioca.com.br/2019/10/lagoa-da-tijuca-agoniza.html, acessado em 29/07/2020; 10: http://www.eliomar.com.br/rio-antigo-a-avenida-paulo-de-frontin-sem-o-elevado/, https://meioambiente.culturamix.com/natureza/rio-maracana, https://www.google.com/amp/s/vejario.abril.com.br/cidade/canal-do-leblon-volta-ao-projeto-original-dos-anos-20/amp/, e https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/apac/anexos/bens_leblon/06_visconde_de_albuquerque/01visconde_de_albuquerque.pdf&ved=2ahUKEwifnfTG0PXqAhVfILkGHasfBYwQFjAFegQIBRAB&usg=AOvVaw15OSyktxPDLjqAp9zSCll5, acessados em 29/07/2020.

V. São Paulo

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7: https://istoe.com.br/tiete-lembrancas-de-uma-epoca-em-que-o-rio-nao-era-poluido/, acessado em 25/07/2020; 8: http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1920.php, https://www.sincor.org.br/sao-paulo-lidera-sinistros-por-alagamento/, https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51422824, acessados em 25/07/2029; 9: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Projeto_Tiet%C3%AA, http://www.ambientelegal.com.br/despoluicao-do-rio-tiete-devagar-quase-parando/, e https://www.saneamentobasico.com.br/despoluicao-rio-tiete/ acessados em 25/07/2020;10: https://diplomatique.org.br/a-crise-e-maior-do-que-a-chuva/, e https://diplomatique.org.br/a-seca-planejada-do-rio-paraiba-do-sul/, https://www.terra.com.br/amp/noticias/brasil/cidades/cantareira-saiu-do-2-volume-morto-o-que-isso-significa,2d469f4e637bb410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html e https://noticias.band.uol.com.br/noticias/100000683282/volumemortoelevacantareiraa267.html, acessado em 30/07/2020, acessados em 30/07/2020; 2a: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ribeir%C3%A3o_Anhangaba%C3%BA e https://www.google.com/amp/www.saopauloinfoco.com.br/rio-tamanduatei/amp/, http://www.saopauloinfoco.com.br/corrego-saracura/ acessados em 30/07/2020. VI. Porto Alegre Fontes das imagens: 1 e 2: Porto Alegre Antigo (Raízes Gaúchas vol. 2), Porto Alegre: Painel Editora/Rede Brasil Sul, 1982, p. 10, 13 e 33; 1, 2 e 3: Porto Alegre: Retrato de uma cidade (cem fotografias por W. Hoffman Harnisch Filho). Porto Alegre: Prefeitura Municipal, 1940, p. 36, 37, 52, 53, 54, e 57; 2: GERODETTI, João Emilio e CORNEJO, Carlos: Lembranças do Brasil: as capitais brasileiras nos cartões-postais e álbuns de lembranças. São Paulo: Solaris Edições Culturais, 2004, p. 92 e 95; 1, 2, 6 e 10: http://hdl.handle.net/10183/61185, acessado em 02/08/2020; 3: OSTERMANN, Ruy Carlos. Meu coração é vermelho. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1999, p. 20 e 25, http://lealevalerosa.blogspot.com/2017/03/ilhota.html?m=1 e http://www.nonada.com.br/2015/06/ilhota-o-bairro-com-enchentes-de-contos/, acessados em 01/08/2020; 4 e 5: GUIMARAENS, Rafael. A enchente de 41. Porto Alegre: Libretos, 2009, capa e p. 17, 24, 25, 26, 27, 38, 39, 43, 46, 47, 88 e 89; 5, 7, 8 e 10: GUIMARAENS, Rafael. Águas do Guaíba (fotos de Marco Nedeff, desenhos de Edgar Vasques). Porto Alegre: Libretos, 2015, p. 28, 44, 45, 90, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 107, 112, 113, 114, 142, 143, 159, 160, 161, 177, 192, 193; 5: http://www.ecoagencia.com.br/?open=noticias&id=VZlSXRVVONlYHZEVjdEdXJFbKVVVB1TP, acessado em 01/08/2020; 6: FREITAS, Amadeu Fagundes da Rocha. O destino dos esgotos de Porto Alegre em face da poluição do Guaíba. Porto Alegre: UFRGS, 1962, p. 20; 9: PEREIRA, Elenita Malta, RÜCKERT, Fabiano Quadros, MACHADO, Neli Galarce (Orgs.). História ambiental no Rio Grande do Sul. Lajeado, RS: Editora da UNIVATES, 2014, p. 32, https://lume.ufrgs.br/handle/10183/15720, acessado em 01/08/2020, Revista Realidade, São Paulo: Editora Abril, maio de 1972, https://www.google.com/amp/www.betaredacao.com.br/mergulho-na-historia-os-10-anos-da-tragedia-no-sinos/amp/, https://www.google.com/amp/s/www.sul21.com.br/em-

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