Coluna Prestes

É uma longa e turbulenta história.

É uma longa e turbulenta história, a do Leste Europeu. Poderíamos ter começado com as invasões dos povos nômades das estepes da Ásia Central, desde os tempos de Roma e início da Idade Média, hunos e ávaros entre eles. Poderíamos incluir as incursões dos vikings suecos, os varegos ("rus", para os eslavos e fineses), que formaram a primeira dinastia de Kiev e da Rússia, antes de se converterem ao cristianismo ortodoxo. Poderíamos ter incluído a última grande invasão dos povos da estepe, os mongóis de Gengis Khan, que submeteram toda a Rússia e partes da Europa Oriental, no século XIII, mantendo os principados russos sob vassalagem até fins do século XV. Poderíamos ter incluído as campanhas de cristianização forçada feitas pela ordem religiosa-militar dos Cavaleiros Teutônicos, contra os povos bálticos e as cidades-Estado russas, nos séculos XII, XIII e XIV. E também a invasão da Rússia por Napoleão I Bonaparte em 1812, com a posterior chegada dos soldados do czar até Paris, liderando a Grande Aliança absolutista-liberal, junto com a Grã-Bretanha, a Prússia e a Áustria, contra a França revolucionária-burguesa. Mas vamos ficar somente nas seguintes: 1) em 1610 a Polônia invadiu a Rússia e ocupou Moscou; 2) em 1708 a Suécia invadiu a Rússia e foi derrotada em Poltava, na atual Ucrânia; 3) em 1795 a Rússia, a Áustria e a Prússia completaram a partilha da Polônia, que só recuperou sua independência ao fim da I Guerra Mundial, em 1918; 4) em 1918 a Alemanha e a Áustria-Hungria impuseram à Rússia Soviética derrotada a ocupação da Ucrânia, onde instalaram um governo satélite, deposto ao fim da Guerra Civil Russa, quando se criou a RSS da Ucrânia; 5) em 1941 a Alemanha nazista invadiu a União Soviética, com sangrentas batalhas e genocídio de judeus e eslavos na Ucrânia, dois anos depois dos dois países partilharem a Polônia, pelo infame Pacto Nazi-Soviético, e três anos depois da Grã-Bretanha e da França assinarem com Hitler o abjeto Acordo de Munique ("a paz para a nossa geração"), que sacrificou a Tchecoslováquia; 6) em 2022 a Rússia invadiu a Ucrânia, oito anos depois do golpe patrocinado por Washington (conclui nos comentários).

Antônio João Dias Prestes para TV CCM.

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